A PAZ E AS FAMÍLIAS
A todos vós que procurais a paz:
Paz!
O Papa Francisco
convocou para o mês de outubro deste ano a Assembleia Geral Extraordinária do
Sínodo dos Cardeais, para discutir sobre o tema « Os desafios
pastorais da família no contexto da evangelização ».
Dia 02 de fevereiro ele escreveu uma carta a todas as famílias convidando-as a
participar ativamente na preparação deste encontro, através de sugestões e,
sobretudo, através da oração.
Para nós é uma
oportunidade de orar e refletir sobre a contribuição das famílias para a paz
sobre a terra. O Papa João-Paulo II consagrou a mensagem do Dia Mundial da Paz
de 1994 sobre este tema: « Da família nasce a paz da família
humana ». Nesta oportunidade João
Paulo II reflete sobre a família como uma comunidade de vida e de amor:
« As virtudes familiares, fundadas sobre o profundo respeito para com a
vida e a dignidade do ser humano, e traduzidas em compreensão, paciência, a
sustentação e perdão mútuos, dão para a comunidade da família a possibilidade
de viver a experiência primeira e essencial da paz » (n° 2). No entanto,
ele constata que muitas vezes a família é uma vítima da ausência da paz e que
« contrariando a sua vocação primeira de espaço da paz, infelizmente a família
se revela, em inúmeros casos, como um lugar de tensões e de violência, ou
então, como vítima desarmada de várias formas de violência que caracterizam a
sociedade atual » (n° 3-4) Nossa própria experiência nos mostra
quantos lares são destruídos por disputas e conflitos, seja entre pais e
filhos, seja entre irmãos, e na maior parte das vezes por motivos mesquinhos.
Apesar de todos estes limites, podemos considerar a família como uma
protagonista da paz: «Para que as
condições da paz sejam duráveis, é necessário que existam instituições que
exprimam e que reafirmem os valores da paz. A instituição que corresponde da
maneira mais imediata à natureza do ser humano é a família. Somente ela pode
assegurar a continuidade e o futuro da sociedade. “Assim, a família é chamada a
se tornar protagonista ativa da paz, graças aos valores que ela exprime e que
ela transmite no interior do lar, e graças à participação de cada um dos seus
membros na vida em sociedade» (n° 5). Para realizar esta missão é preciso,
sobretudo, vencer o desafio da pobreza: «A
indigência sempre é uma ameaça para a estabilidade social, para o desenvolvimento
econômico e, assim, finalmente, para a paz. A paz ficará em perigo enquanto pessoas e famílias
se verão obrigadas a lutar pela sobrevivência » (n°5). Por fim, João
Paulo II compreende a missão da família como um serviço para a paz. Assim ele
recomenda e sugere a cada família: «Procure esta paz, ore por esta paz,
trabalhe por esta paz! » (n° 6). Os pais são chamados a serem educadores
da paz; as crianças, a se preparar para o futuro, almejando o bem e cultivando
pensamentos de paz ; os avós, a comunicar sua experiência e seu testemunho
para religar o passado e o futuro em um presente de paz. Para os que não têm
família, a Igreja é encarregada de cumprir esta responsabilidade sendo a grande
casa das crianças de Deus (n°6).
Para que as
famílias do mundo inteiro possam viver esta vocação de artesãos da paz, oremos
ao Senhor:
Ó Deus, Pai de toda humanidade, tu desejas que todos os homens e todas
as mulheres possam viver como irmãos e irmãs sobre a terra. Abençoa cada
família humana e dá-lhes a graça de viver em paz e de ser uma fonte de paz para
o mundo. Amém.
Com toda minha
amizade,
Irmão
Irineu rezende Guimarães
Monge
beneditino da Abadia de Notre-Dame, Tournay, França
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