terça-feira, 8 de outubro de 2013

Carta Mensal - Outubro de 2013


Tournay, 15 de setembro de 2013.
A vocês todos que procuram a paz,
PAZ!
A polêmica sobre o uso ou não de armas químicas, na Síria, levanta novamente a discussão sobre tais armas que são consideradas, junto com as armas atômicas e biológicas, como armas de destruição de massa, capazes de atingir um grande numero de pessoas, e com um forte impacto no meio ambiente.
O uso de gazes tóxicos em larga escala durante a Primeira Guerra mundial gerou a reação da comunidade internacional, e levou ao Protocolo de Genebra de 1925: a interdição, durante as guerras, do uso de gazes asfixiantes, tóxicos ou similares, ou de meios bacteriológicos. O Protocolo de 1925 é um novo passo no direito humanitário internacional: não sendo por algumas poucas exceções, ele foi respeitado nos conflitos armados desde 1925. Durante a Segunda Guerra mundial, os principais países beligerantes não utilizaram aramas químicas ou biológicas contra seus inimigos. No entanto, este protocolo é insuficiente: ele não proíbe nem a pesquisa, nem a produção e nem a transferência destas armas. Países como a Franca, os Estados Unidos, a União Soviética e a Inglaterra assinaram o Protocolo, mantendo o direito a represálias, caso fossem atacados por armas químicas.
Um novo passo foi dado com a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas, que está aberta à assinatura desde 13 de janeiro de 1993. Ela proíbe a pesquisa, a fabricação, a estocagem, a conservação e a transferência das armas químicas, incluindo seus vetores (?), ela prevê também a destruição destas armas e estabelece medidas de verificação, sob a responsabilidade da Organização para a Proibição de Armas Químicas. Tendo entrado em vigor no dia 29 de abril de 1997, a Convenção conta com 188 Estados membros. Israel e Mianmar (?) ainda não ratificaram a Convenção, enquanto que cinco Estados ainda estão fora da Convenção (Angola, Coreia do Norte, Egito, Sudão do Sul e a Siria). É muito importante que estes últimos países assinem urgentemente a Convenção para assegurar a proibição completa das armas químicas. É importante também que os Estados que declararam suas armas químicas destruam completamente seus estoques, para que o mundo possa dar um passo definitivo na eliminação destas armas. Uma gota somente de um agente neurotoxico, do tamanho de uma ponta de alfinete, é suficiente para matar uma pessoa em alguns minutos!
O estado atual de progresso da química e biologia exige o estabelecimento de regras bem claras para evitar eventuais catástrofes. Precisamos admitir que as armas químicas e biológicas podem servir melhor aos atos terroristas. Estas armas, visto sua relativa facilidade de produção e seu preço reduzido, podem interessar a estados e grupos que procuram se munir de uma capacidade de destruição em massa. Tudo isto exige da comunidade internacional uma vigilância continua em relação a este tipo de armamento.
Para que o mundo seja liberado da ameaça das armas químicas, rezemos assim:
Pai, tu que criaste o homem à tua imagem e semelhança, tu lhe destes uma grande capacidade criadora. Envia teu Espírito criador sobre os homens de ciência e sobre os homens que governam as nações: que eles consagrem suas energias a serviço da vida e da paz, e não a serviço da morte e da guerra. Elimina da face da terra a ameaça de armas químicas. E todos os povos, libertos do ódio e de todo impulso beligerante, caminharão pelas trilhas dos ensinamentos de Jesus Cristo, Príncipe da Paz, teu Filho e nosso Senhor. Amém! 
Com amizade,
Dom Irineu Rezende Guimarães
Monge beneditino da Abadia Nossa Senhora, Tournay, França