segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia de Ação Global contra os Gastos Militares (GDAMS, sigla em inglês) - 12 de abril de 2011


O gasto militar global atingiu a estrondosa soma de 1,5 trilhão de dólares. Houve 49% de aumento desde 2000! Os Estados Unidos correspondem a 46,5% do total, ao passo que a China representa 6,6%; França, 4,2%; Reino Unido, 3,8%, e Rússia, 3,5%.

De 1998 a 2001, Estados Unidos, Reino Unido e França lucraram com a venda de armas para países em desenvolvimento mais do que os valores doados para ajuda humanitária. Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China correspondem a 80% das exportações de armas convencionais. Corporações estadunidenses e européias receberam enormes benefícios fiscais e ainda emprestaram dinheiro para que outros países comprassem armas. Desse modo, é a verba pública dos referidos países que subsidia o armamentismo mundial. Os países em desenvolvimento são os maiores alvos das vendas de armas.

Como resultado da crise econômico-financeira global, muitos países reduziram os gastos públicos à medida que aumentaram o gasto militar.

De acordo com o SIPRI - Stockholm International Peace Research Institute (“Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo”, na tradução literal), o volumoso gasto militar dos Estados Unidos foi um dos fatores que contribuíram para a paulatina deterioração da economia desse país desde 2001. Mais da metade do orçamento discricionário estadunidense é utilizado para defesa nacional.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas – composto por Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – compreende os países de maior gasto militar do mundo. Embora criada após a Segunda Guerra Mundial para preservar a paz por meio de cooperação e segurança coletiva, o orçamento inteiro das Nações Unidas é igual a aproximadamente 1,8% do total do gasto militar mundial. Implica dizer: o gasto militar global de um ano poderia financiar 700 anos de operações das Nações Unidas.



Gasto Militar Global vs. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio



Gráfico dos Gastos Militares Mundiais




Um agradecimento especial a todos que trabalharam na tradução deste material ao português: ARTHUR RENATO MOURA BEZERRA, CAIO CESAR MARTINO, CLARISSA ROSAS TROCCOLI, ELIETE MEDEIROS DA ROCHA, FLAVIANA FERREIRA DE OLIVEIRA, JONATHAN VIEIRA DA SILVA, KYANNE KEDMA ALVES CAVALCANTI, MARIA VERONICA PEREIRA SANTOS, PRISCILA ALVES DE OLIVEIRA, RODOLFO PIMENTEL NEVES GUIMARÃES e ROMULO COELHO DE SOUSA, do Bacharelado em Tradução da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Um projeto do Institute for Policy Studies (Instituto de Estudos Políticos) e do International Peace Bureau (Gabinete Internacional Permanente para a Paz)



terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta Mensal - Abril de 2011

Tournay, 31 de março de 2011.

            Queridos amigos e amigas EM BUSCA DA PAZ,
                        Paz!
No final deste mês de abril, celebraremos, mais uma vez, a festa das festas: a Santa Páscoa. Muitos de nós participaremos da solene vigília pascal e seremos tocados pelo encanto desta celebração. Centro e cume de toda liturgia cristã, esta celebração se apresenta a cada ano como um tempo onde somos convidados a nos renovar pela energia da Páscoa do Cristo.
Certamente muitos de vocês poderão se colocar a pergunta: o que é a Páscoa de Cristo? Uma resposta possível pode ser encontrada na carta de São Paulo à comunidade de Cristo, onde o apóstolo das nações assim descreve a obra pascal do Cristo: “Ele é nossa paz: do que era dividido fez uma unidade. Em sua carne destruiu o muro de separação, o ódio. (…) Ele quis assim, a partir do judeu e do pagão, criar em si um só homem novo, estabelecendo a paz, e reconciliá-lo com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz, onde ele matou o ódio” (Ef 2,14-16). O Evangelho de São João segue esta mesma linha quando coloca como primeira palavra do Ressuscitado, “A paz esteja com vocês!” (Jo 20,19.21). Repetindo-a, certamente o Cristo quer nos dizer da centralidade da paz no anúncio do Evangelho. Os Atos dos Apóstolos e o mesmo Paulo utilizam também a expressão “evangelho da paz” (At 10,36; Ef 6,15) como para dizerem que a paz resume todo o evangelho.
Assim, renovando nesta a Páscoa o engajamento de cada um pela causa da paz – sempre em busca da paz! –, quero convidar vocês a rezar para que os cristãos, num mundo de tantas violências, possam cada vez mais testemunhar a paz.
O Pe. Joseph Comblin, missionário belga no Brasil, falecido neste mês de março, na sua importante obra “Teologia da Paz” afirma que o “Evangelho da Paz de Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, revelação, missão, profecia e sabedoria” (Théologie de la paix, vol. II, p. 281). Assim ele sintetizou que a paz nos é dada como um dom de Deus a ser vivido por cada cristão, a partir do batismo, mas também para ser anunciada e concretizada no mundo. A construção da paz não é uma alternativa que os cristãos podem ou não escolher. Ela é uma exigência de nossa fé! Como os bispos católicos dos Estados Unidos afirmaram em 1983: “somos chamados a ser construtores da paz, não por influência de alguma força passageira, mas sob a de Nosso Senhor”. É o Cristo que nos faz viver a paz como uma realidade que nos transfigura, mas também colocar a seu serviço nossa inteira vida cristã: nossa oração, nossa fé proclamada, nosso engajamento. Assim, podemos exercer uma verdadeira “diaconia”, serviço, pela paz do mundo, também por nossas profissões, decisões éticas e engajamento político.
Rezemos, então, assim :
Ó Deus da Vida, que renovas pela Páscoa do Cristo a vida de cada um de nós e de todo o universo. Nós te pedimos por todos os batizados para que possam viver interiormente e anunciar ao mundo o Evangelho da Paz. Que todos nós possamos participar plenamente desta missão de anunciar a paz. Dá-nos convicção, coragem, criatividade e energia para que mostremos com nossas obras que o Cristo não morreu em vão por nós e que a força de sua Ressurreição purifica e transforma nossa vida. Isto te pedimos por Ele, o Cristo Ressuscitado, Deus contigo na unidade do Espírito Santo. Amém.
Feliz Páscoa!
Com toda minha estima e amizade,
D. Irineu Rezende Guimarães, O. S. B.