segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Carta Mensal - Dezembro de 2012

Tournay, 30 de novembro de 2012.

A vocês todos EM BUSCA DA PAZ,
                        Paz!
As manifestações recentes de violência ocorridas entre as forças israelenses e grupos palestinos nos convidam, mais uma vez, a rezar, neste mês de dezembro, pela paz na terra onde Jesus nasceu. Mesmo que um cessar-fogo se impôs, todos reconhecemos a necessidade de uma solução mais duradoura para este conflito que traz sofrimentos sem conta para estes dois povos.
A atual situação bem mostra os impasses do processo de paz. Enquanto Israel prossegue suas atividades de colonização nos terrritórios ocupados, as várias facções palestinas permanecem divididas, sem que nenhum progressos significativo nas negociações: israelenses e palestinos não realizam conversações de paz desde setembro 2010. Os palestinos recusam sentar na mesa enquanto a colonização prossegue. A aceitação pela ONU da Palestina como estado observador não membro, no dia 29 de novembro p. p., suscitou o anúncio, por parte de Israel, de três mil novas habitações. Os dois campos se contentaram com palavras sem concretizar, portanto, atos concretos em favor de um diálogo construtivo. A fragilização dos processos de paz deixa livre o campo aos partidários da violência, como efetivamente aconteceu nos últimos tempos. No entanto, uma solução em nível militar ou por enfrentamento de forças não contribui em nada para a resolução do conflito. Somente pela justiça, o respeitos dos direitos humanos, o diálogo e o respeito dos acordos internacionais poderá construir uma paz duradoura e estável.
Em nível internacional, algumas iniciativas merecem ser em assinaladas. Em 2002, foi constituído um grupo conhecido como “Quarteto”, composto pelos Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU, que se propõe como mediador. Em 2003, a Iniciativa de Genebra reuniu lideranças expressivas os dois lados. As alternativas sugeridas seguem a lógica “dois estados, dois povos”, com a partilha da soberania de Jerusalém, capital dos dois estados. Em nível local, existem vários grupos e atores que encontraram caminhos de uma convivência pacífica, como por exemplo iniciativas na área educacional ou dos movimentos de mulheres. Importantes são os movimento de desobediência civil, tanto entre israelenses como palestinos, que se recusam a participar de ações armadas ou violentas. De cada lado, existem movimentos organizados, mas também lideranças comunitárias, que têm optados por soluções pacíficas, inclusive fazendo saber às suas lideranças políticas de suas reivindicações. Sem dúvida nenhuma, a paz passa também pelo fortalecimento destas iniciativas locais e internacionais. A solução deste conflito que dura 65 anos será significativo não somente para os dois povos envolvidos, mas para toda a humanidade.
Para que a paz se concretize na terra onde Jesus nasceu, rezemos assim:

Ó Deus de ternura, que desejas  que teu povo habite um oásis de paz (Cf. Is 32,18), olha para a terra onde teu filho Jesus nasceu. Que os dois povos que lá habitam, israelenses e palestinos, possam encontrar caminhos de uma convivência pacífica, compartilhando a mesma terra, como dois Estados autônomos e respeitosos um do outro. Fortalece todas as pessoas e grupos que manifestam disposição ao diálogo e desarma os que ainda acreditam numa solução baseada nas arma. E que a paz prevaleça na terra! Amém.   
Com amizade,
 D. Irineu Rezende Guimarães
monge beneditino, prior da Abadia Nossa Senhora, Tournay, França

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